GREGÓRIO, O MAIS TEMIDO E FAMOSO DESORDEIRO DA ANTIGA MANAUS DA BORRACHA

Como já se sabe, o Amazonas passou por um período de glamour como nunca havia experimentado em sua economia e que ficou na história conhecido como ciclo ou período áureo da borracha.

A exportação gomífera modelou uma cidade de arquitetura europeia no meio da selva, a então orgulhosa Manaus, que passava a usufruir de todos os benefícios que a tecnologia da época oferecia. A elite extrativista manauara frequentava os suntuosos salões, teatros, clubes, banquetes e os cabarés chiques esbanjando muito dinheiro.

Porém nem todos em Manaus tiveram acesso a todo esse fausto e por detrás daquela riqueza presente na cidade, haviam pessoas que viviam à margem do processo.

Se de um lado a capital do Amazonas era uma das cidades mais ricas do Brasil, por outro lado ela convivia com muitos casos de assassinatos, suicídios, mendicância, roubos e espancamentos.

Haviam aqueles indivíduos classificados pela imprensa e sociedade da época como antissociais e baderneiros, que aprontavam todas e que sempre eram alvo de denúncias, colocando a polícia em alerta. Eram cafetões, trombadinhas, brigões, batedores de carteira, prostitutas, desocupados e homicidas.

Entre os mais conhecidos e famosos de Manaus, daqueles primeiros anos do século XX, se destacavam os seguintes "indesejáveis": Chico Cabeleira, Cigarro Preto, João Pepé, Artulino Pimentel, Tira Fora, Canela, Chileno, Ladislau e aquele que foi considerado o mais temido, célebre e perigoso de todos na época...GREGÓRIO.

Ele era conhecido popularmente em toda Manaus como o "Preto Gregório" e sua fama de desordeiro incorrigível, criminoso e valente gerava pavor e repulsa em toda sociedade local.

 

QUEM ERA GREGÓRIO?

O seu nome completo era Manoel Gregório Simplício. Ele era de cor negra e nasceu em 28 de janeiro de 1885, em uma casa na Rua Direita, na cidade de Recife, capital de Pernambuco. Era filho de Manoel Francisco do Nascimento e de Rosa Maria Francisca do Nascimento. O seu pai faleceu quando ele ainda era bem jovem.

Se sabe muito pouco sobre a vida de Gregório em Pernambuco. O que se sabe é que com 18 anos, em 1903, ele sentou praça no Exército, servindo no 14º Batalhão de Infantaria, sediado em Recife. Porém logo depois ele era transferido de sua unidade militar para o 15º Batalhão, sediado em Manaus, no Amazonas (talvez tenha sido transferido por insubordinação).

Gregório deve ter desembarcado em Manaus por volta de 1904, chegando num período de muita opulência na cidade e, lógico, percebeu que a noite manauara era muito agitada com suas casas de diversões, mulheres e bebidas, ambiente propício para ele entrar em ação.

 

SUA TRAJETÓRIA

Em pouco tempo a fama do "Preto Gregório" corria de boca em boca e nos noticiários da cidade pois se dizia que onde houvesse baderna com certeza ele estaria no meio. As autoridades policiais e a imprensa local o classificavam como terrorista, assassino e desordeiro de mão cheia.

Em 1905 Gregório estava servindo no 36º Batalhão de Infantaria. Mas sempre apresentou mal comportamento entre seus colegas e superiores. Quando seu tempo de serviço acabou, Gregório quis engajar, mas seu comandante não permitiu devido sua indisciplina. Isso gerou muito ódio em Gregório   que agora, sem ocupação e como civil, intensificaria ainda mais suas arruaças.

Mas, por ironia, em 1907, ele acabou sendo aceito na polícia ingressando no batalhão policial do estado. Todavia ele ficou por poucos meses, tendo sido dada a sua baixa da corporação antes do término de seu tempo de serviço, por ordem do seu comandante, o coronel Emídio Pinheiro (com certeza devido aos problemas e fama negativa que Gregório tinha).

Gregório era solteiro e residia em uma casa da Rua Leonardo Malcher, numa região conhecida como "artigos bélicos ". Tudo indica, conforme os jornais davam uma pista, que ele era um praticante de Capoeira, motivo pelo qual encarava qualquer um na briga, seja algum desafeto seu ou até policiais e soldados do Exército. Ele sempre andava armado de navalha e revólver, pronto para qualquer desavença. Suas áreas de atuação eram na Rua Leonardo Malcher, Bairro dos Tocos (atual Bairro de Aparecida), Bairro do Mocó e Bairro da Preguiça.

Contudo o Bairro dos Tocos era o lugar em que ele estava mais presente e onde mais desordens ele realizava, tanto é que Gregório ficou conhecido como o "terror dos Tocos ".

Numa época em que o preconceito contra os negros se manifestava bem odiosamente, os jornais não mediam palavras para chamá-lo de "preto desordeiro", "terrível preto" ou "crioulo ruim".


A ilustração é de Lúcio Izel e mostra uma das famosas cenas de briga do "Preto Gregório" quando, armado de navalha, desafiou e enfrentou o Cabo do Exército Lúcio Ferreira, na Rua Leonardo Malcher, em 1909.


PRINCIPAIS OCORRÊNCIAS

A imprensa dizia que o "preto Gregório" havia se tornado o malandro mais comentado de toda Manaus e seu nome era sinônimo de delinquência, ostentando ele diversas passagens pelo xadrez. Veremos agora alguns dos principais distúrbios ocasionados pelo personagem em questão, conforme foram publicados pelos noticiários daquele período:

 • Em 8 de julho de 1906 Gregório (que há pouco havia saído do Exército) foi até ao quartel do 36 Batalhão de Infantaria, local onde serviu, querendo ali entrar. Porém foi impedido pelo Tenente Paes Barreto. Por esse motivo Gregório se enfureceu e puxou uma faca partindo para cima do oficial. Os soldados então tentaram prender o agressor, que se voltou contra eles querendo esfaqueá-los. Contudo, se vendo em desvantagem numérica, Gregório acabou fugindo pela Rua Luiz Antony, com os soldados correndo em seu encalço.

Mas Gregório novamente volta-se contra eles disposto a furá-los com sua arma. Nessa ocasião um dos soldados disparou um tiro contra Gregório, que não foi atingido e evadiu-se de vez. Dez dias depois a polícia o prendia em decorrência do episódio.

Com certeza Gregório pretendia invadir o quartel como protesto por não ser mais permitido seguir a vida militar.

 • Após ser solto devido o episódio do quartel Gregório se meteu em nova confusão, quando feriu um colega seu, voltando ele para a cadeia.

Ao sair foi para o Bairro do Mocó, se metendo em um conflito onde ele puxou seu revólver, disparando vários tiros e colocando todos para correr, sendo ele novamente preso pelo rolo que iniciou. Só que dessa vez a polícia, para se ver livre dele em definitivo, o colocou em um vapor deportando-o para bem longe, para algum lugar do interior.

Mas foi por pouco tempo pois, quando menos se esperava, Gregório já era visto pelas ruas de Manaus, para tristeza de muitos.

 • Logo que voltou Gregório se encaminhou para o Bairro dos Tocos e lá se encontrou com o famoso assassino João Batista dos Santos, seu desafeto. Depois de uma troca de insultos entre eles, os dois puxaram suas facas e a desordem começou, só acabando com a chegada da polícia e a prisão dos dois.

 • Gregório tinha um rival no submundo da marginalidade, que frequentava e fazia desordens nos mesmos bairros que ele, chamava-se Bento José Gabriel.

Em maio de 1907, os dois enfim se encontraram e resolveram ajustar as contas. Um estava armado com uma faca e o outro com um terçado, partindo eles para o duelo. Travou-se uma luta medonha onde ambos saíram feridos com vários cortes. Foram parar na delegacia e de lá para a Santa Casa, cuidar dos ferimentos.

  • Em junho de 1907 Gregório travou outra luta com outro adversário seu, próximo de sua casa na Rua Leonardo Malcher. Da luta Gregório saiu esfaqueado, porém também feriu seu oponente. E mais uma vez ele foi preso devido o rebuliço.

 • Devido à denúncias de ter participado de nova arruaça na área dos artigos bélicos, o Dr.  Gaspar Guimarães mandou, em junho de 1907, que a delegacia do primeiro distrito o capturasse. Foram então mandados os agentes Cantalice e Cunegundes que o encontraram e lhe deram voz de prisão. Gregório rebelou-se, deu quatro pulos de Capoeira e disse que não ia se entregar. Os agentes, então, sacaram suas armas e o prenderam, conduzindo-o à delegacia.

 • Em novembro de 1907 Gregório espancou a lavadeira Maria Rosa, que ficou com graves ferimentos na cabeça e costas. Ela o denunciou ao delegado e foi encaminhada à Santa Casa.

 • Em 1908, devido às várias acusações e com a polícia no seu rastro, Gregório resolve dar um tempo de Manaus e viajou para a Vila de Santo Antônio, no Rio Madeira, interior do Amazonas (hoje o local pertence a Rondônia).

Lá chegando foi logo espalhando o terror. Gregório andava no local armado de faca, obrigando comerciantes a fechar suas tabernas e moradores trancar as porta de suas casas. Gregório ficou também temido no povoado e ali se meteu em outras confusões.

Após essa breve estadia, ele voltava para Manaus.

 • Novo distúrbio aconteceu no dia 3 de maio de 1909, envolvendo o pernicioso personagem. Há tempos que Gregório mantinha rixa com outro delinquente de nome Paulino Gomes da Silva e que era conhecido como "Paulino Preto". Naquele dia Gregório se dirigiu ao mercado Adolpho Lisboa e lá encontrou Paulino que ali trabalhava de açougueiro. Gregório, armado com uma navalha, desafiou seu rival para a briga e ajuste de contas. Paulino então se armou com um terçado e chamou o adversário para duelar fora do mercado, no meio da rua, juntando no local, um grande número de pessoas.

Mas Paulino estava também com um revolver e acabou desferindo dois tiros que acertaram o pé e a coxa de Gregório que desabou ferido no solo. Avisados do ocorrido, nesse momento chegaram os praças da polícia e um subdelegado, mas não conseguiram prender Paulino que fugiu pelos fundos de uma casa comercial, sumindo. Quanto à Gregório, ele foi levado a uma delegacia onde foi examinado e medicado pelo Dr. Araújo. 

 • Em 30 de setembro de 1909 Gregório encontrou na Rua Leonardo Malcher, às 10 e meia da noite, o Cabo do Exército Lúcio Carlos Ferreira. Começaram os dois a discutir por causa de uma mulher chamada Dulcinéia (que teria caso com os dois). O militar, confiando em seu físico forte, e Gregório armado com uma barra de ferro, partiram para a briga. Porém como bom capoeirista que era, Gregório deu uma surra no Cabo e, quando se preparava para novo confronto com seu rival, a Polícia aparece entrando em briga com Gregório que acabou sendo rendido e preso.

 • No dia 20 de dezembro de 1909 Gregório, armado, invadia a casa de outro desafeto seu, chamado Antônio Cardoso, na Avenida Joaquim Nabuco.

Gregório encontrou seu rival com mais duas pessoas na casa, porém isso não o intimidou e partiu pra cima deles. Mas Antônio pegou um revólver e atirou contra o invasor (errando o alvo), que fugiu em disparada. O tiro acabou ferindo o amigo de Antônio. A polícia foi chamada mas não conseguiu encontrar Gregório.

 • Em 9 de janeiro de 1910, mais uma vez Gregório entrava em ação. Dessa vez, às 7 da noite, ele retalhou de navalha o japonês Karano, na Rua Leonardo Malcher. A polícia foi chamada   e levou o ferido, que estava estirado na rua, para a Santa Casa. Apesar dos esforços, a polícia não conseguiu capturar Gregório.



O quartel do 46⁰ Batalhão, em Manaus, unidade do exército onde o "Preto Gregório" serviu e onde ele tentou invadir após não ser ele mais permitido seguir a carreira militar. Era o local onde também servia o militar assassinado por Gregório (foto de 1913).


HOMICÍDIO E PRISÃO

Todavia, até então, o currículo do "Preto Gregório" se resumia a brigas e ferimentos, sem se ter registro de algum homicídio em sua ficha corrida.

Mas no dia 2 de julho de 1910 as coisas (que já não eram boas) mudaram pra pior na vida de Gregório. Por volta das 8 horas da noite, na Rua Leonardo Malcher, o soldado Francisco Alves Ferreira, do 46 Batalhão de Caçadores, encontrou com Gregório iniciando com ele uma discussão. Os ânimos se exaltaram e o militar aplicou uma cacetada em Gregório.

Após a briga ter sido separada por uma pessoa, o soldado Francisco seguiu caminho. Mas Gregório, carregando seus sapatos na mão, saiu em sua perseguição, o encontrando na Praça da Saudade. E aí Gregório resolveu se vingar da agressão sofrida, puxando sua faca e a enfiando no peito do soldado que morreu na hora.

Após o crime Gregório tratou de fugir. Pelas duas horas da manhã do dia 3, o assassino apareceu apressado no Boulevard Amazonas (indo no rumo do Reservatório do Mocó) no momento em que havia uma apresentação de um Boi-Bumbá. Ao avistar dois soldados na festa, Gregório desapareceu.

Ao amanhecer o dia, um empregado de uma empresa de bondes foi o primeiro que viu o corpo do soldado morto na Praça. Foi então avisar no quartel e logo vieram os militares para ver, reconhecer e remover o corpo. Foi aí que viram do lado do morto um sapato e uma bainha de faca que logo reconheceram ser de Gregório (que na fuga tinha deixado cair).

O enterro do soldado Francisco contou com a presença de todo o batalhão e da banda de música do quartel (que tocou marchas fúnebres), onde o falecido recebeu honras militares.

Os soldados do Exército e da Polícia fizeram uma verdadeira caçada em Manaus para prender o assassino, que desapareceu.

Porém 7 dias depois do crime Gregório, com medo de ser morto pelos militares, se entregava à uma autoridade, o Major Joaquim Holanda (diretor da casa de detenção), pedindo garantias de vida e afirmando que tinha discutido com a vítima, mas não o havia assassinado, narrativa que ele também confirmou à imprensa. Não convenceu ninguém e foi posto no xadrez da penitenciária para aguardar julgamento.

 

JULGAMENTO E ABSOLVIÇÃO 

Durante 4 anos, com Gregório preso, os manauaras se sentiram aliviados e aguardando ansiosos o julgamento dele onde teriam certeza que ele seria condenado, tirando-o de vez de circulação das ruas da cidade. 

Enfim, no dia 22 de fevereiro de 1911, acontecia o primeiro julgamento de Gregório, sendo ele absolvido por oito votos. Mas a alegria do réu (que nem chegou a sair da prisão) durou pouco pois logo o promotor apelou da decisão, sendo atendido e fazendo com que o famoso baderneiro continuasse trancafiado.

Finalmente chegava o dia 25 de maio de 1914, o esperado dia do novo e decisivo julgamento do "Preto Gregório". A população de Manaus tinha certeza que ele seria condenado e ficaria muitos mais anos preso, se livrando definitivamente dele. Mas, para surpresa e ódio de todos, Gregório foi absolvido por 7 votos, sendo ele defendido pelo Dr. Tristão Sales

A sociedade manauara ficou revoltada e decepcionada com a justiça pois sabiam que em pouco tempo teriam o acusado de homicídio novamente nas ruas.

 

SOLTO, GREGÓRIO VOLTAVA A ATACAR

E agora? como seria a atitude de Gregório após conquistar a liberdade? Os mais otimistas tinham esperança de que, depois de anos na cadeia, o desordeiro estaria agora regenerado. Mas muitos afirmavam que isso era impossível e seria uma questão de tempo para ele voltar à sua rotina de arruaças.

E foi o que aconteceu, segundo os jornais da época.

Em 8 de outubro de 1914, às 3 da tarde, Gregório se encontrou na Rua da Instalação com o policial José Pereira de Lira (que estava em traje civil). Começaram uma discussão e Gregório espancou o policial com uma bengala de ferro que trazia. Ferido, o policial correu mas foi alcançado por Gregório na Praça General Osório onde a vítima sofreu mais bengaladas do agressor. Lira, ensanguentado, se refugiou dentro de um bar e Gregório, satisfeito, subia tranquilamente a Estrada de Epaminondas se vangloriando e proferindo ameaças.

Já no dia 31 de outubro de 1914, Gregório e um parceiro seu chamado Henrique, foram a um bar no Bairro dos Tocos. Entrando no local os dois começaram a beber cerveja e conhaque. Mas o dono do bar resolveu não mais vender bebida após ver os dois discutindo na mesa. Furiosos, Henrique e Gregório foram para cima do homem, sendo que Henrique feriu o dono do estabelecimento com um corte na testa. Após isso os dois fugiram rumo ao bairro de São Raimundo, mas foram alcançados e presos pela Polícia.

 


Notícia do Jornal do Commercio, de janeiro de 1915, anunciando a morte de Gregório.

A MORTE DE GREGÓRIO

Com a polícia novamente em seu encalço e não querendo mais amargar anos de cadeia, Gregório resolveu sumir por uns tempos de Manaus. Ele então embarcou em um vapor e seguiu para Porto Velho, no rio Madeira.

Em Porto Velho Gregório continuou a praticar distúrbios até que, num desses, foi preso pela Polícia em janeiro de 1915.

O delegado então mandou um sargento o trancafiar no xadrez. Na ocasião em que o sargento abria a porta do xadrez, Gregório escapuliu, passando sobre suas pernas. Gregório então se apossou de um revólver e atirou contra o militar, não o atingindo. O sargento então sacou sua arma e deu três tiros em Gregório, matando-o. Era o fim do mais famoso e comentado personagem do mundo do crime do Amazonas no início do século XX.

Os jornais amazonenses, dias depois, anunciaram a ocorrência e muitos se sentiram aliviados pois agora tinham certeza que nunca mais ele voltaria à Manaus para importunar ninguém.

Porém mesmo passados anos depois de sua morte, as façanhas de Gregório ainda eram lembradas em rodas de conversas da cidade.


CONCLUSÃO

É bom mencionar que violência naquela época em Manaus não era exclusividade de Gregório, pois haviam muitos outros que praticavam delitos no Estado, mas o diferencial é que ele foi o que ganhou mais notoriedade nas páginas dos principais jornais do Amazonas e, até onde se sabe, ele também foi o primeiro arruaceiro no Estado a ter destaque nos noticiários locais. Embora os chamados marginais despossuídos fossem os mais visados, pessoas de outras classes também praticavam atos de extrema violência, como exemplo alguns ricos seringalistas (que mandavam assassinar seus empregados), autoridades militares e até políticos (como o governador Constantino Nery que mandou a polícia invadir uma aldeia, matando centenas de índios).

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As fontes foram tiradas dos seguintes jornais: 

Jornal do Commercio, O Amazonas, Correio do Norte, O Tempo.

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