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Mostrando postagens de dezembro, 2024

ABANDONO E MORTICÍNIO NO INTERIOR DO AMAZONAS

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Em 1916 chegava à Manaus um grupo de cerca de 50 pessoas, entre homens, mulheres e crianças, que haviam chegado dos sertões do Nordeste, então expulsos pelo terrível flagelo das secas que castigava aquela região. Embarcados eles em um navio a vapor, desembarcaram na capital amazonense com a finalidade de arranjar emprego nos seringais do interior do Amazonas e melhorar sua situação para que um dia retornassem à sua terra de origem com uma situação financeira tranquila. Enfim, em abril de 1916, a firma comercial "Moura Brasil & Cia", que era proprietária de seringais no rio Aripuanã, acabou contratando em Manaus todos os 50 recém-chegados nordestinos, que seriam alocados para trabalhar nos seringais de propriedade da firma. Na ilustração, de Lúcio Izel, aparece o sócio da firma espantado ao encontrar vários corpos na mata. A CHEGADA AO IGARAPÉ PAXIÚBA Embarcados todos num navio, navegaram pelo rio Madeira e dali penetraram em um de seus afluentes, o rio Aripuanã. C...

NO AMAZONAS, BANDO DE HERCULANO CRUZ INVADE E SAQUEIA A VILA DE CANUTAMA

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Quando a exportação da borracha e a sua consequente queda do preço entrou em crise no estado do Amazonas, os locais que dependiam da produção do produto entraram em profunda decadência. E, devido a isso, a pobreza aumentou mais ainda com a fome se alastrando por vários pontos do estado fazendo surgir no interior do Amazonas alguns grupos insurgentes que, bem organizados, armados e direcionados por líderes, invadiam os seringais, comunidades e vilas, saqueando as casas comerciais, agredindo os moradores e enfrentando a polícia, resultando em mortes. O ápice dessa crise econômica e conflitos aconteceu no ano de 1921 quando estouraram várias ocorrências no interior, umas devido ao desespero da população em busca de gêneros alimentícios e outras devido a enfrentamentos violentos nas regiões do Baixo Amazonas, rio Madeira e Rio Purus, com ação de bandos armados que desafiavam as autoridades constituídas, espalhando o terror nas zonas em que atuavam. Um desses bandos surgiu na área do ri...

UM SERTANEJO COMBATENTE DE CANUDOS QUE SE REFUGIOU NO AMAZONAS

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O grande artista e folclorista amazonense Moacir de Andrade relatou em um de seus livros que teve a oportunidade de conhecer, quando criança, um homem que foi seguidor do célebre Antônio Conselheiro e combateu por ele no arraial de Canudos, no interior da Bahia, contra as forças militares do governo brasileiro. Tendo sido a Vila de Canudos derrotada e destruída, só restou ao dito personagem fugir, vindo então para o Amazonas onde se tornou seringueiro numa nova fase de sua vida. Ali onde trabalhava, num seringal do rio Aripuanã, estava o pequeno Moacir de Andrade acompanhando seu pai que também ali labutava na mesma função de seringueiro. Foi aí que Moacir passou a escutar as várias histórias que o veterano conselheirista falava à todos interessados de como se deu aquele sangrento conflito que ficou marcado na história do Brasil. Seu nome era Antônio Brígido que era natural do Estado de Pernambuco e que sempre estava com um cachimbo do lado da boca. Moacir prestou muita atenção em ...

PERSEGUIÇÃO À "PAJELANÇA" NO AMAZONAS NO INÍCIO DO SÉCULO XX

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É ainda na época provincial que aparece uma das primeiras notícias da presença de praticantes de religiões afro-brasileiras (com forte influência da pajelança indígena) no Amazonas. Trata-se da promulgação do código de posturas da Vila de Barcelos que foi promulgado em 13 de maio de 1875, na qual certas leis vinham com proibições de vários tipos de conduta. E, entre elas, o artigo 44 do código dizia o seguinte: " Todo aquele que intitular-se pajé ou que a pretexto de tirar feitiços se introduzir em qualquer casa, ou receber alguém para simular curas por meios supersticiosos e bebidas desconhecidas, ou para fazer adivinhações e outros embustes, incorrerá na multa de vinte mil réis ou seis dias de prisão, assim como o dono da casa". Essa lei era bem clara e mostrava a punição que seria aplicada a qualquer um que, acusado de praticante de "feitiçaria", desobedecesse e fosse pego dando consultas para as pessoas. Em 1893 se tem uma outra pioneira notícia de seguido...