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UM FAMOSO DUELO, NO BAIRRO DE SÃO RAIMUNDO EM MANAUS, ENTRE OS DOIS MAIORES VALENTES QUE HAVIAM NA CIDADE

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O mais que centenário bairro de São Raimundo, localizado na zona oeste de Manaus, é um dos bairros mais antigos da cidade e também um dos mais tradicionais, tendo a sua ocupação iniciada por migrantes nordestinos e de ribeirinhos oriundos do interior do Amazonas. O primeiro morador do bairro, e desbravador do local, foi um jovem de 29 anos que veio da cidade de Maranguape, no Ceará, chamado Manoel Gomes de Oliveira, que ficou conhecido como "Manoel Macaco". Ele chegou sozinho nas terras que dariam origem à São Raimundo, no século XIX, em plena época monárquica quando o Amazonas era uma província do império. Ao se instalar no local onde não havia ninguém e só tinha mata bruta, Manoel construiu um tapiri à margem direita do rio Negro, onde passou a morar, e ali ele deu origem à uma extensa roça cultivando-a e vivendo dos produtos que plantava em seu roçado. Mas, com a chegada de novos moradores, aos poucos sua extensão de roça foi diminuindo, devido terem sido ocupada pel...

"PERU KUDARI”, OS PRIMEIROS IMIGRANTES JAPONESES QUE CHEGARAM À AMAZÔNIA BRASILEIRA

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Na imagem, se tem a representação de um grupo de "Peru Kudari" em alguma parte da Amazônia no início do século XX.  A imigração japonesa começou oficialmente no Brasil em 1908 quando chegaram ao nosso país os primeiros japoneses que desembarcaram no porto de Santos, em São Paulo, a bordo do navio "Kasatu Maru”. Porém nessa mesma época, se tem registro da presença de outros imigrantes japoneses menos conhecidos vivendo no Norte do Brasil, na região Amazônica, e que ficaram conhecidos pelo nome de "PERU KUDARI". Traduzindo do idioma japonês, o termo quer dizer "descidos do Peru”, pois esses pioneiros japoneses que imigraram para a Amazônia Brasileira eram provenientes do Peru, se tornando eles um grupo específico no percurso da imigração nipônica. Na verdade, trata-se de uma parte da história da imigração japonesa no Brasil que ainda se tem pouco conhecimento. O Peru foi o primeiro país latino-americano a receber imigrantes japoneses que chegaram ao pa...

DENÚNCIAS DE MENSAGENS APOCALÍPTICAS DE UMA FAMÍLIA GERAM UM ANTIGO CASO DE ATRITO NO INTERIOR DO AMAZONAS

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Era o ano de 1908 e residia na comunidade de Ajaratuba, no município de Manacapuru, no Estado do Amazonas, uma conhecida família de ribeirinhos que era composta pelo chefe da família, Máximo Francisco de Souza, sua esposa Maria de Souza, e seus três filhos menores chamados Julieta, de 10 anos, Máximo Júnior, de 5 anos, e Anísio, de apenas 1 ano de idade. Máximo Francisco gozava de muita estima pelos seus vizinhos devido ser um homem muito trabalhador e dedicado à família. Ele era amazonense e trabalhava de carpinteiro naval, fazendo canoas e igarités, o que lhe garantia economizar algum dinheiro. Porém logo o conhecido trabalhador passou a dividir sua rotina com um grupo de pessoas que ali começou a operar. Segundo testemunhos de habitantes locais, Máximo foi convidado e atraído a participar de sessões de uma seita religiosa que ali fazia seus encontros e rituais, no qual ele era convencido a ingerir bebidas que teriam poderes sobrenaturais. Sendo assim, ele passou a ser um assíd...

CONFLITO E MORTES NUMA CAÇADA HUMANA DE SERINGUEIROS CONTRA INDÍGENAS

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A área compreendida entre o rio Madeira e seus afluentes, situada nos Estados do Amazonas e Rondônia, transformou-se, nas primeiras décadas do século XX, numa verdadeira zona de guerra envolvendo seringueiros e seus patrões contra os indígenas que habitavam aquela região, cujos principais oponentes à presença dos exploradores extrativistas eram os Parintintins, Nhambiquaras e Araras onde ambos protagonizaram vários confrontos sangrentos contra aqueles que definiam como invasores e que eram noticiados quase todos os meses pelos jornais locais. Esses conflitos, entre os personagens oponentes na mencionada região e período, ainda é um tema pouco pesquisado a fundo pela historiografia regional. No Estado do Amazonas existia no ano de 1919 um importante seringal situado na margem do rio Castanho, que é um afluente do rio Aripuanã. O proprietário do lugar era o seringalista Agesislau de Carvalho Guilhon que ali empregava vários trabalhadores na exploração do látex, a maioria vindos do No...

CONTOS DA AMAZÔNIA ANTIGA - SERINGUEIRO É TRAGADO POR ANIMAL DESCONHECIDO

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Em 1917 existia na margem do Riozinho, um afluente do rio Purus, no Acre, o seringal "Fortaleza”, local onde trabalhava o nordestino Manoel Januário dos Santos. Manoel era natural do estado da Paraíba, tinha 39 anos e já residia no Acre há muitos anos. Ele era casado com uma cabocla de nome Eugênia, tendo desta união 4 filhos menores. Levava a vida diariamente no seu árduo trabalho no corte da seringa. No dia 23 de abril de 1917, depois de colher e defumar o leite de suas estradas de seringa, Januário veio para o barracão central a fim de se abastecer do rancho para a quinzena. Ali Januário acabou se encontrando com outros colegas de trabalho que o convidaram para beber com eles, convite esse que foi aceito passando o seringueiro paraibano a se distrair com seus amigos em alegre conversa, movida a cerveja e doses de pinga. Já eram 17 horas quando, meio cambaleante pela ação do álcool, Januário resolveu voltar para sua casa. Ele então desceu o barranco e embarcou em sua canoa...

A VINGANÇA DE UM INDÍGENA CONTRA UM FAMOSO DESORDEIRO

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Era o ano de 1918 no Estado do Amazonas e existia na margem do rio Negro um pequeno povoado chamado Santa Rita, que ficava próximo à Vila de Tauapessassu (atual Novo Airão). Residia em Santa Rita um indivíduo chamado Francelino Paiva que era considerado por todos ali como um grande desordeiro e de maus precedentes, que sempre vivia em contínuas arruaças. Um certo dia, se metendo em mais uma desordem, Francelino acabou ferindo um companheiro seu e, com medo de uma vingança de sua vítima e dos familiares dela, acabou fugindo para rumo ignorado. Porém, um dia Francelino inesperadamente voltou para Santa Rita, pedindo desculpas ao homem que dias antes havia agredido e obtido do mesmo a promessa de que nada lhe faria para se vingar, fazendo os dois as pazes. Mas 4 dias após sua aparição eis que novamente Francelino desaparecia da localidade, e desta vez para sempre. Passaram-se dias e ninguém agora sabia o motivo de seu sumiço e, querendo resolver o mistério, alguns moradores procur...

CONTOS E LENDAS DA AMAZÔNIA ANTIGA - O CURUPIRA DA REGIÃO DO RIO IPIXUNA

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  Curupira com uma de suas montarias, conforme mencionam as lendas. Em algum ano da década de 1950, o senhor Gabriel Vieira organizava novamente mais uma expedição com um grupo de 10 amigos seus que iriam lhe ajudar na coleta de sorva e balata, numa área bem distante de onde estavam: no alto rio Ipixuna. Feito todos os ajustes, eles saíram então de uma comunidade da zona rural do município de Manacapuru, no Estado do Amazonas, para o local indicado onde pretendiam colher os produtos, para embarcar e trazer para vender em seu local de origem. A sorva é uma fruta muito apreciada pelos ribeirinhos amazonenses e a balata é o látex que sai de uma árvore chamada Balateira ou Maparajuba e que é aproveitada comercialmente. Então o grupo de homens, comandados por Gabriel, saiu a bordo de um batelão singrando as águas do rio Solimões, e depois penetrando no rio Purus, navegando de subida. Finalmente, após uns 5 dias de viagem, alcançavam a boca do rio Ipixuna (um afluente do Purus) e...