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REGATÃO ITALIANO ENTRA EM DESAVENÇA COM SERINGUEIRO E ACABA SENDO VÍTIMA DE BARBARIDADE

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A zona do rio Madeira era uma das principais produtoras de borracha da Amazônia no início do século XX, e ali estava localizado o rio Abunã que, por sua vez, é um afluente do rio Madeira. Na época grande parte do rio Abunã, em território brasileiro, pertencia ao Estado do Amazonas e hoje a área faz parte do Estado de Rondônia, passando também pelo Acre. O local faz fronteira com a Bolívia (pois o mencionado rio nasce nesse país) e havia em sua margem uma vila chamada Fortaleza do Abunã, que nesse período era uma localidade amazonense e um entreposto da borracha. Pois bem, haviam na margem do Abunã vários seringais com muitos trabalhadores, onde a borracha era dali embarcada para Porto Velho e depois para Manaus. Ali naquela zona do Abunã vivia, em 1918, um italiano chamado Antônio Giuseppe que era conhecido por todos pelo apelido de "Camões”, em virtude de ser cego de um dos olhos. Antônio Giussepe deixou a Itália e chegou ao Amazonas para trabalhar e não resolveu ficar na c

DENÚNCIAS E CASO DE POLÍCIA: EM MANAUS, NO INÍCIO DO SÉCULO XX, O "FOOT-BALL" CAI NO GOSTO DA GAROTADA QUE TRANSFORMA AS RUAS E PRAÇAS EM LOCAIS DE JOGOS, GERANDO PROTESTOS DA POPULAÇÃO

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Trazido ao Amazonas pelos ingleses que mantinham seus empreendimentos no estado, o futebol amazonense teve início nos primeiros anos do século XX, praticado em Manaus inicialmente pelos próprios ingleses e depois por jovens nativos membros da elite amazonense, sendo que os primeiros locais para sua prática, na cidade, foram na Praça Floriano Peixoto e no Bosque Municipal. Em poucos anos o esporte bretão conquistou todos os manauaras de todas classes sociais, surgindo vários clubes da modalidade que anos depois culminaria na realização do primeiro campeonato de futebol do Amazonas, em 1914. Na ilustração, de Lucio Izel, se vê garotos, no início do século XX, jogando o futebol na Praça de São Sebastião, um dos locais preferidos deles para realizar suas peladas e alvo constante de denúncias de quem passava pelo local. Porém era a criançada e os pré-adolescentes que mais se fascinaram pelo esporte inglês, caindo no gosto da molecada que não media esforços para o praticar em qualquer terr

BARBARIDADE NA AMAZÔNIA EQUATORIANA

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O fato aconteceu no longínquo ano de 1917 e envolveu um casal de seringueiros do Ceará que foram vítimas de crueldades, sendo o resultado de sua trajetória estampada na primeira página de um jornal de Manaus que mencionou os "atrozes martírios" que passaram e que resultou em torturas e morte que, como bem publicou o noticiário, foram "horrores piores que os da santa inquisição". Em 1914 chegava à Manaus um casal de cearenses chamado Manoel Antônio de Castro e Madalena Lima de Castro. Como a maioria dos nordestinos daquela época, eles migraram de sua terra para o Amazonas em busca de uma vida melhor, visando trabalharem nos seringais da região e um dia voltar ao Ceará com muito dinheiro. De Manaus o casal foi para um distante seringal no rio Içá onde ficaram trabalhando arduamente por dois anos. Na ilustração, de Lucio Izel, se tem os capangas de Dom Rômulo esquentando os dois espetos para introduzir na boca de seu prisioneiro.  A CHEGADA NO EQUADOR E O EMPREGO NUM

EM 1914 INGLESES LEVAM A MELHOR E ARREBATAM TÍTULO NA DISPUTA DO PRIMEIRO CAMPEONATO AMAZONENSE DE FUTEBOL DA HISTÓRIA

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Trazido ao Amazonas pelas mãos (e pés) dos ingleses o futebol aos poucos foi conquistando a simpatia de toda população amazonense, principalmente das classes populares. Desde a fundação em Manaus, em 1906, do primeiro clube local dedicado ao futebol (o Racing Club) que aos poucos as atenções dos manauaras se voltaram para o esporte bretão, se tornando a modalidade a principal forma de lazer e entretenimento de todos. Com o passar dos anos a importância do futebol só crescia em Manaus, surgindo centenas de novos clubes como também os primeiros craques amazonenses das 4 linhas (entre eles o jovem Alberto Balalai). A PRIMEIRA TENTATIVA DA FUNDAÇÃO DE UMA LIGA EM 1909 Porém com o aumento e importância que o "football" conquistou na capital amazonense, os dirigentes dos principais clubes perceberam a necessidade de organizar um campeonato estadual que seria disputado com os principais times de Manaus. Essa primeira tentativa aconteceu em 1909 quando se chegaram a fazer reuni

A CABANAGEM NO AMAZONAS - NOS ANOS FINAIS DO CONFLITO, CABANOS AINDA RESISTEM NAS CERCANIAS DE LUSÉA

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No ano de 1839 a província do Grão-Pará já estava praticamente pacificada da revolução cabana e isso devido à brutal repressão das tropas do império brasileiro que, expulsando os revolucionários da capital Belém, os empurrou cada vez mais para o interior da província sem deixar de seguir no encalço deles onde quer que houvesse focos de resistência cabana. Mas na comarca do Alto Amazonas (atual Estado do Amazonas), os cabanos ainda resistiam e mantinham várias fortificações na área compreendida entre a Vila de Luséa e os rios Maués e Madeira. Ali os cabanos tiveram a adesão dos índios Muras que passaram a defender os ideais deles e foram inseridos nas fileiras dos rebeldes a lutar contra as forças do governo legal, afinal, diziam os Cabanos, os indígenas durante muito tempo foram vítimas de mortes, exploração e escravidão por parte dos portugueses e seus aliados no governo. Na ilustração menor, acima, à esquerda, está uma cena da região de Maués, no Amazonas. Na ilustração à direita s

CONTOS DA AMAZÔNIA ANTIGA: UM ANIMAL QUE CAUSOU MEDO E MISTÉRIO EM SÃO GABRIEL DA CACHOEIRA

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Era o ano de 1905 e a vida corria normal no município de São Gabriel da Cachoeira, na região do Alto Rio Negro, no estado do Amazonas. Porém naquele período a população da Vila de São Gabriel da Cachoeira e comunidades próximas andava assombrada e dominada pelo medo, cujo motivo era a aparição constante de um ser misterioso à noite. Mas não se tratava de alguma alma penada, Curupira ou Aminguaria e sim simplesmente de uma vaca, mas que metia medo a todos por algumas peculiaridades. Diziam as pessoas que era uma vaca medonha, com olhos de fogo e chifres bem grandes, tendo o semblante parecido com de um touro furioso e que ela também soltava um mugido assustador. A dita vaca só aparecia à noite, exatamente à meia noite, no mesmo local, que era uma formação de rocha na margem do rio Negro, e ali ficava mugindo durante toda a noite até o alvorecer dos primeiros raios solares, quando ela desaparecia misteriosamente. Na ilustração de cima se têm a imagem do povoado de São Gabriel da Cach

ITALIANO QUE COMBATIA NA PRIMEIRA GUERRA, VOLTA AO AMAZONAS DURANTE O CONFLITO MUNDIAL

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No dia 22 de julho de 1917 atracava no porto de Manaus o navio a vapor "Maranhão”, indo do Rio de Janeiro e trazendo a bordo um combatente do exército da Itália que, por uma lei de seu país, teve de largar as armas e voltar para o Brasil, precisamente ao Estado do Amazonas, onde residia. Tratava-se de Michelangelo Giotto Santoro, italiano de Nápoles nascido em 1877, que chegou à Manaus atendendo a um convite de seu irmão. Na capital amazonense Santoro montou seu estabelecimento comercial, a “Casa Santoro”, que inicialmente ficava na Rua dos Andradas e depois mudou para a Avenida Eduardo Ribeiro, tornando-se ele um próspero comerciante e figura de destaque da colônia italiana do Amazonas. Conheceu na cidade a brasileira Alzira Leite Santoro, com quem contraiu matrimônio e que faleceria poucos anos depois. Mas, com a eclosão da Primeira Guerra Mundial em 1914, Santoro e outros italianos residentes em Manaus se apresentaram no consulado de seu país na cidade e se alistaram para defen