CONTOS DA AMAZÔNIA ANTIGA - SERINGUEIRO É TRAGADO POR ANIMAL DESCONHECIDO
Em 1917 existia na margem do Riozinho, um afluente do rio Purus, no Acre, o seringal "Fortaleza”, local onde trabalhava o nordestino Manoel Januário dos Santos.
Manoel era natural do estado da Paraíba,
tinha 39 anos e já residia no Acre há muitos anos. Ele era casado com uma
cabocla de nome Eugênia, tendo desta união 4 filhos menores. Levava a vida
diariamente no seu árduo trabalho no corte da seringa.
No dia 23 de abril de 1917,
depois de colher e defumar o leite de suas estradas de seringa, Januário veio
para o barracão central a fim de se abastecer do rancho para a quinzena.
Ali Januário acabou se
encontrando com outros colegas de trabalho que o convidaram para beber com eles,
convite esse que foi aceito passando o seringueiro paraibano a se distrair com
seus amigos em alegre conversa, movida a cerveja e doses de pinga. Já eram 17
horas quando, meio cambaleante pela ação do álcool, Januário resolveu voltar
para sua casa. Ele então desceu o barranco e embarcou em sua canoa para
atravessar o Rio. Os seus companheiros, que ficaram na margem do barranco,
faziam para ele acenos de despedidas.
Januário, remando com força, já
estava no meio do rio quando, talvez por ainda estar ébrio, se desequilibrou e
caiu n'agua, sua canoa foi levada pela correnteza e ele começou a gritar por
socorro.
Os seus colegas, vendo a cena,
logo trataram de socorrê-lo. Em duas canoas, partiram em auxílio os amigos de Januário,
os quais quando já estavam há poucos metros de alcançar e resgatar o homem,
foram surpreendidos por uma visão terrível.
Naquele momento veio à tona no rio,
perto de Januário, um grande animal desconhecido, um monstro nunca antes visto
ali que causou medo em todos que presenciaram a fera elevar-se na água. A
criatura não era uma cobra e nem jacaré, e tão pouco um peixe grande como uma Piraíba
ou pirarara.
Assim que o monstro mergulhou no rio,
o infeliz seringueiro também sumiu na água, levando a crer que foi devorado
pela fera que desapareceu repentinamente.
Assustados, os trabalhadores se
afastaram do local com medo de serem atacados pelo animal, mas depois voltaram
para procurar seu amigo. Apesar dos esforços, pois procuraram ao largo do rio,
não encontraram nenhum vestígio do corpo de Januário que desapareceu para
sempre.
Só restava agora dar a triste
notícia para sua esposa e filhos.
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Na ilustração, se tem uma representação do seringueiro que,
segundo testemunhas, foi tragado pelo monstro desconhecido. |
DESAPARECIMENTOS MISTERIOSOS
EM PORTO VELHO
Era o ano de 1917 na Vila de
Porto Velho, que na época pertencia ao Estado do Amazonas, e existia no porto
da Vila um poço onde os moradores juravam que morava ali uma cobra de tamanho descomunal.
Várias histórias se diziam do dito monstro que ali estaria habitando. Uma delas
afirmava que, em 1912, um guarda do entreposto federal, numa noite de luar,
fugiu apavorado do pontão para a terra quando viu a cabeça fora d'água de uma
gigantesca serpente, rodeando o pontão e se dirigindo para o local em que o
guarda se achava de pé. Em outra ocasião, os tripulantes de um navio a vapor,
que estava fundeado no local, viram assustados a cabeça de uma colossal cobra
vir à tona mais uma vez.
Mas o que se sabia de fato é que
diversas pessoas que caíram no rio, perto do poço sinistro, desapareceram sem
se encontrar nenhum cadáver, como no caso de um infeliz imigrante árabe. Outros,
que ali pescavam à noite, também desapareceram misteriosamente.
O foguista Francisco Miranda, que
pertencia à tripulação do navio "Belém”, que estava ancorado em Porto Velho,
estivera na noite de 30 para 31de outubro de 1917, pescando de cima do pontão
"Rio Aripuanã ".
Quando amanheceu o dia os seus
colegas de trabalho deram por sua falta e passaram a procurar Francisco a bordo
e na terra, sem resultado. O comandante do vapor comunicou o sumiço do homem à polícia.
Mas apesar dos esforços, Francisco nunca mais foi encontrado.
Para muitos só havia uma
explicação: ele, naquela noite em que todos dormiam, havia sido tragado pela
terrível cobra-grande do poço.
Lenda ou realidade? Acredite se
quiser.
FONTES: Jornal do Commercio, A
Capital
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