APÓS CRIME,SERINGUEIROS APRISIONAM E CONDENAM UM HOMICIDA
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Na imagem, se tem uma representação
de Oscar Coimbra logo que foi agarrado e amarrado por seus captores e
aguardando o veredito final de sua ação de assassinato. |
Existia em Manaus, nas primeiras décadas do século XX, um conhecido e famoso marginal chamado Oscar Coimbra, muito frequentador das delegacias e prisões da cidade devido às suas constantes arruaças e crimes, como roubos e conflitos.
Mas em mais uma das detenções de Oscar,
a polícia e o governo decidiram que agora só havia uma solução para dar um fim
nas suas costumeiras ações: expulsá-lo para bem longe da cidade.
E foi o que se fez, ou seja,
Oscar seria agora deportado para paragens longínquas da capital do estado,
sendo embarcado num navio a vapor que seguiria para o rio Madeira, e ali ele
seria entregue para algum seringalista para trabalhar em qualquer propriedade
na exploração da borracha. Essa prática de deportar de Manaus sujeitos
considerados delinquentes e baderneiros para seringais distantes, era comum na
época e realizada constantemente(e com apoio de segmentos da sociedade).
Oscar foi então deixado num
seringal do rio Jamarí, um afluente do rio Madeira, numa região que na época
pertencia ao Amazonas e hoje faz parte de Rondônia. Depois, o extraditado
deixou o rio Jamarí e foi se estabelecer em outro seringal, chamado "Fonte
Nova”, que ficava na margem do rio Machado, pois em 1918 já se tem notícias
dele morando ali. Mas o famoso desordeiro não mudou em nada seu comportamento,
continuando ele a praticar ali uma série de desatinos.
Até que Oscar passou a se sentir
necessitado de dinheiro para se manter, e para sanar isso passou ele a praticar
pequenos furtos no seringal.
Até que um dia, Oscar foi
surpreendido pelo seringueiro Alfredo Santana quando roubava algumas pélas de
borracha do barracão central, do qual pretendia vender o produto escondido para
interessados, por um preço baixo. Alfredo comunicou a tentativa de furto e o
autor ao dono do lugar, que castigou o infrator severamente.
Daí por diante Oscar não se
cansava de dizer a todos que se vingaria do seringueiro que o dedurou na
primeira oportunidade.
As ameaças de Oscar chegaram aos
ouvidos de Alfredo que, no dia 22 de maio de 1918,encontrou-se com o
delinquente e logo lhe deu várias bofetadas para nunca mais ele ficar lhe
prometendo agressões.
Na manhã do dia seguinte Oscar,
ainda não conformado com a agressão física que sofreu de seu desafeto, resolveu
se vingar e dar um fim definitivo em Alfredo. Para isso ele armou-se com uma
espingarda e foi esperar, de tocaia, o seringueiro numa estrada que ele
passaria quando fosse para o trabalho.
Não demorou muito e Alfredo vinha
passando pela estrada quando Oscar, escondido entre as folhagens, apontou a
espingarda, mirou, e atirou rumo a seu inimigo, o acertando na costa e logo o
trabalhador caindo morto.
Após cometer o crime, Oscar
Coimbra procurou fugir se internado na mata, mas para seu azar naquele mesmo
momento outros seringueiros, que eram amigos do morto, vinham passando pela
estrada na ocasião do ocorrido, vendo o corpo estirado de Alfredo e o assassino
com a arma na mão. Eles, também armados, conseguiram render e prender o
criminoso.
Oscar foi amarrado e deixado sentado,
enquanto os seringueiros, em reunião ali no silêncio da floresta, decidiam o
que fazer com o prisioneiro. Consideraram aquilo como um crime infame e covarde
e chegaram à conclusão que o destino final de Oscar Coimbra seria a morte, com
a sentença sendo logo aplicada ali mesmo.
Os trabalhadores, então,
amarraram a corda no pescoço do condenado e jogaram a outra extremidade da
corda sobre um galho alto de uma árvore, puxando a corda e suspendendo o corpo
de Oscar que ali ficou pendurado e agonizando até dar o último suspiro.
Depois de consumada a execução
por enforcamento, os trabalhadores foram embora, deixando o corpo do homem
balançando ao vento e se decompondo nos dias seguintes.
FONTE : Jornal do Commercio.
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