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Mostrando postagens de 2023

A CABANAGEM NO AMAZONAS - POR DUAS VEZES MANAUS É INVADIDA PELOS CABANOS

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Considerada a maior revolução popular que aconteceu no Pará, em toda Amazônia e no Brasil, a Cabanagem (1835-1840), teve como principal consequência a revolta da população pobre da Província do Grão-Pará (a maioria formada por caboclos, negros, tapuias e indígenas), contra as autoridades constituídas e a elite local, acusadas por eles de exploração e desmandos. A revolução iniciou-se em janeiro de 1835 quando os cabanos invadiram a capital da Província, Belém, assassinando o presidente do Grão-Pará, Lobo de Souza, e tomando o poder. A partir daí, os cabanos invadiram outras cidades e Vilas das adjacências de Belém, gerando conflitos com as tropas fiéis ao império brasileiro, ocasionando assim muitas mortes de lado a lado, transformando a Amazônia em um grande banho de sangue humano. Logo depois os cabanos se direcionam para outras partes da Província, chegando nas comarcas do Baixo Amazonas (hoje região Oeste do Pará) e Alto Amazonas (hoje Estado do Amazonas), gerando também sang

CHE GUEVARA NO AMAZONAS

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Em 2018 o geógrafo Francisco Evandro Aguiar, que foi professor da Universidade Federal do Amazonas e é doutor em geografia física pela Universidade de São Paulo, lançou um livro intitulado "Rio Javari- O Rio martirizante na Bacia Amazônica", onde analisa aspectos físicos, históricos e populacionais da região do Rio Javari, área localizada no Estado do Amazonas, na fronteira do Brasil com o Peru. Num dos capítulos de seu livro se tem uma interessante e, para muitos, desconhecida informação de uma estadia no Amazonas do famoso revolucionário argentino Ernesto "Che" Guevara (1928-1967). Após o fim da revolução cubana em 1959, com o triunfo dos revolucionários comandados por Fidel Castro, Che Guevara (um dos principais líderes da revolução em Cuba) procurou ir para outros países com a finalidade de ali liderar e começar movimentos guerrilheiros com a finalidade de implantar o socialismo. A pesquisa afirma que o guerrilheiro argentino chegou então no Norte da Améri

UM FATO CURIOSO NA MANAUS DA DÉCADA DE 1920: O "FANTASMA DO BOULEVARD"

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Foi na metade dos anos 1920 que ganhou notoriedade e manchete nos principais jornais da cidade de Manaus um caso que, apesar da repercussão, ao que parece não chegou a ser solucionado, envolvendo um misterioso indivíduo que aparecia do nada e sumia sem deixar vestígios, sempre procurando atacar mulheres. Esse personagem sempre estava em ação na avenida Boulevard Amazonas e imediações (conhecida hoje como Boulevard Álvaro Maia), que é uma das principais vias da capital amazonense e, apesar de vários esforços para pegar o sujeito e solucionar o mistério, não se teve nenhum êxito. Na foto de cima, do início do século XX, se tem o reservatório do Mocó, localizado na área do Boulevard, onde o chamado fantasma agia. Na imagem de baixo um estranho na noite onde se vê sua sombra (da mesma maneira do relato de testemunhas que viram o acusado). O personagem principal que causou medo em todos moradores daquela área gerando curiosidades e comentários em toda Manaus, fazendo com que até a políc

O DESTINO DOS PARTICIPANTES DA REBELIÃO TENENTISTA EM MANAUS: A DEPORTAÇÃO.

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Em 23 de julho de 1924, influenciados pelo tenentismo e liderados pelo tenente Ribeiro Júnior, militares do 27⁰ Batalhão de Caçadores (unidade do exército brasileiro sediada em Manaus) e da Flotilha do Amazonas se rebelam contra o governo federal e estadual e tomam o poder, depondo do cargo o governador do Amazonas, César do Rêgo Monteiro. Porém a resposta do governo federal não iria demorar pois logo foi formada as Forças de Destacamento do Norte, composta por militares do Exército e Marinha e comandada pelo general Menna Barreto, que saíram do Rio de Janeiro em 2 de agosto de 1924, com destino à Manaus para sufocar a rebelião militar. As tropas federais chegaram à Manaus, em seus navios, em 28 de agosto, logo prendendo o tenente Ribeiro Júnior e seus companheiros militares e civis participantes do movimento. Houve protestos da população que era em sua maioria favorável ao governo de Ribeiro Júnior. Em seguida foi decretada uma intervenção federal no Amazonas. Com as celas da

A FUGA DESESPERADA DE UM SERINGAL- SOFRIMENTO DURANTE DIAS PERDIDOS NA MATA

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Era o ano de 1916 e se encontrava em Manaus o português José Manoel Gonçalves, que estava na capital amazonense em busca de trabalho após chegar de Portugal. Em maio daquele ano ele acabou sendo aceito e contratado, em Manaus, para trabalhar no seringal do major João Valentim Vasconcellos. O seringal chamava-se São Miguel e ficava no alto Rio Manacapuru, no município de Manacapuru (Estado do Amazonas). Para lá então o português se dirigiu visando começar sua atividade de extração no novo emprego. O seu patrão lhe indicou as vastas áreas de seringueiras que ele teria que cortar e extrair a borracha, logo começando ele em sua ocupação. Durante dois meses José Manoel trabalhou arduamente de sol a sol. Porém ao fim desse tempo o trabalhador português foi receber o salário a que tinha direito, conforme o contrato, mas o major João Vasconcellos mostrou-lhe a conta de 500 mil réis que devia e que absorveria todo o ganho do seringueiro, não sobrando nada para ele. Um grupo de seringueiro