Postagens

Mostrando postagens de 2024

REGATÃO ITALIANO ENTRA EM DESAVENÇA COM SERINGUEIRO E ACABA SENDO VÍTIMA DE BARBARIDADE

Imagem
A zona do rio Madeira era uma das principais produtoras de borracha da Amazônia no início do século XX, e ali estava localizado o rio Abunã que, por sua vez, é um afluente do rio Madeira. Na época grande parte do rio Abunã, em território brasileiro, pertencia ao Estado do Amazonas e hoje a área faz parte do Estado de Rondônia, passando também pelo Acre. O local faz fronteira com a Bolívia (pois o mencionado rio nasce nesse país) e havia em sua margem uma vila chamada Fortaleza do Abunã, que nesse período era uma localidade amazonense e um entreposto da borracha. Pois bem, haviam na margem do Abunã vários seringais com muitos trabalhadores, onde a borracha era dali embarcada para Porto Velho e depois para Manaus. Ali naquela zona do Abunã vivia, em 1918, um italiano chamado Antônio Giuseppe que era conhecido por todos pelo apelido de "Camões”, em virtude de ser cego de um dos olhos. Antônio Giussepe deixou a Itália e chegou ao Amazonas para trabalhar e não resolveu ficar na c

DENÚNCIAS E CASO DE POLÍCIA: EM MANAUS, NO INÍCIO DO SÉCULO XX, O "FOOT-BALL" CAI NO GOSTO DA GAROTADA QUE TRANSFORMA AS RUAS E PRAÇAS EM LOCAIS DE JOGOS, GERANDO PROTESTOS DA POPULAÇÃO

Imagem
Trazido ao Amazonas pelos ingleses que mantinham seus empreendimentos no estado, o futebol amazonense teve início nos primeiros anos do século XX, praticado em Manaus inicialmente pelos próprios ingleses e depois por jovens nativos membros da elite amazonense, sendo que os primeiros locais para sua prática, na cidade, foram na Praça Floriano Peixoto e no Bosque Municipal. Em poucos anos o esporte bretão conquistou todos os manauaras de todas classes sociais, surgindo vários clubes da modalidade que anos depois culminaria na realização do primeiro campeonato de futebol do Amazonas, em 1914. Na ilustração, de Lucio Izel, se vê garotos, no início do século XX, jogando o futebol na Praça de São Sebastião, um dos locais preferidos deles para realizar suas peladas e alvo constante de denúncias de quem passava pelo local. Porém era a criançada e os pré-adolescentes que mais se fascinaram pelo esporte inglês, caindo no gosto da molecada que não media esforços para o praticar em qualquer terr

BARBARIDADE NA AMAZÔNIA EQUATORIANA

Imagem
O fato aconteceu no longínquo ano de 1917 e envolveu um casal de seringueiros do Ceará que foram vítimas de crueldades, sendo o resultado de sua trajetória estampada na primeira página de um jornal de Manaus que mencionou os "atrozes martírios" que passaram e que resultou em torturas e morte que, como bem publicou o noticiário, foram "horrores piores que os da santa inquisição". Em 1914 chegava à Manaus um casal de cearenses chamado Manoel Antônio de Castro e Madalena Lima de Castro. Como a maioria dos nordestinos daquela época, eles migraram de sua terra para o Amazonas em busca de uma vida melhor, visando trabalharem nos seringais da região e um dia voltar ao Ceará com muito dinheiro. De Manaus o casal foi para um distante seringal no rio Içá onde ficaram trabalhando arduamente por dois anos. Na ilustração, de Lucio Izel, se tem os capangas de Dom Rômulo esquentando os dois espetos para introduzir na boca de seu prisioneiro.  A CHEGADA NO EQUADOR E O EMPREGO NUM

EM 1914 INGLESES LEVAM A MELHOR E ARREBATAM TÍTULO NA DISPUTA DO PRIMEIRO CAMPEONATO AMAZONENSE DE FUTEBOL DA HISTÓRIA

Imagem
Trazido ao Amazonas pelas mãos (e pés) dos ingleses o futebol aos poucos foi conquistando a simpatia de toda população amazonense, principalmente das classes populares. Desde a fundação em Manaus, em 1906, do primeiro clube local dedicado ao futebol (o Racing Club) que aos poucos as atenções dos manauaras se voltaram para o esporte bretão, se tornando a modalidade a principal forma de lazer e entretenimento de todos. Com o passar dos anos a importância do futebol só crescia em Manaus, surgindo centenas de novos clubes como também os primeiros craques amazonenses das 4 linhas (entre eles o jovem Alberto Balalai). A PRIMEIRA TENTATIVA DA FUNDAÇÃO DE UMA LIGA EM 1909 Porém com o aumento e importância que o "football" conquistou na capital amazonense, os dirigentes dos principais clubes perceberam a necessidade de organizar um campeonato estadual que seria disputado com os principais times de Manaus. Essa primeira tentativa aconteceu em 1909 quando se chegaram a fazer reuni

A CABANAGEM NO AMAZONAS - NOS ANOS FINAIS DO CONFLITO, CABANOS AINDA RESISTEM NAS CERCANIAS DE LUSÉA

Imagem
No ano de 1839 a província do Grão-Pará já estava praticamente pacificada da revolução cabana e isso devido à brutal repressão das tropas do império brasileiro que, expulsando os revolucionários da capital Belém, os empurrou cada vez mais para o interior da província sem deixar de seguir no encalço deles onde quer que houvesse focos de resistência cabana. Mas na comarca do Alto Amazonas (atual Estado do Amazonas), os cabanos ainda resistiam e mantinham várias fortificações na área compreendida entre a Vila de Luséa e os rios Maués e Madeira. Ali os cabanos tiveram a adesão dos índios Muras que passaram a defender os ideais deles e foram inseridos nas fileiras dos rebeldes a lutar contra as forças do governo legal, afinal, diziam os Cabanos, os indígenas durante muito tempo foram vítimas de mortes, exploração e escravidão por parte dos portugueses e seus aliados no governo. Na ilustração menor, acima, à esquerda, está uma cena da região de Maués, no Amazonas. Na ilustração à direita s

CONTOS DA AMAZÔNIA ANTIGA: UM ANIMAL QUE CAUSOU MEDO E MISTÉRIO EM SÃO GABRIEL DA CACHOEIRA

Imagem
Era o ano de 1905 e a vida corria normal no município de São Gabriel da Cachoeira, na região do Alto Rio Negro, no estado do Amazonas. Porém naquele período a população da Vila de São Gabriel da Cachoeira e comunidades próximas andava assombrada e dominada pelo medo, cujo motivo era a aparição constante de um ser misterioso à noite. Mas não se tratava de alguma alma penada, Curupira ou Aminguaria e sim simplesmente de uma vaca, mas que metia medo a todos por algumas peculiaridades. Diziam as pessoas que era uma vaca medonha, com olhos de fogo e chifres bem grandes, tendo o semblante parecido com de um touro furioso e que ela também soltava um mugido assustador. A dita vaca só aparecia à noite, exatamente à meia noite, no mesmo local, que era uma formação de rocha na margem do rio Negro, e ali ficava mugindo durante toda a noite até o alvorecer dos primeiros raios solares, quando ela desaparecia misteriosamente. Na ilustração de cima se têm a imagem do povoado de São Gabriel da Cach

ITALIANO QUE COMBATIA NA PRIMEIRA GUERRA, VOLTA AO AMAZONAS DURANTE O CONFLITO MUNDIAL

Imagem
No dia 22 de julho de 1917 atracava no porto de Manaus o navio a vapor "Maranhão”, indo do Rio de Janeiro e trazendo a bordo um combatente do exército da Itália que, por uma lei de seu país, teve de largar as armas e voltar para o Brasil, precisamente ao Estado do Amazonas, onde residia. Tratava-se de Michelangelo Giotto Santoro, italiano de Nápoles nascido em 1877, que chegou à Manaus atendendo a um convite de seu irmão. Na capital amazonense Santoro montou seu estabelecimento comercial, a “Casa Santoro”, que inicialmente ficava na Rua dos Andradas e depois mudou para a Avenida Eduardo Ribeiro, tornando-se ele um próspero comerciante e figura de destaque da colônia italiana do Amazonas. Conheceu na cidade a brasileira Alzira Leite Santoro, com quem contraiu matrimônio e que faleceria poucos anos depois. Mas, com a eclosão da Primeira Guerra Mundial em 1914, Santoro e outros italianos residentes em Manaus se apresentaram no consulado de seu país na cidade e se alistaram para defen

CASOS ANTIGOS DE MESSIANISMO NO AMAZONAS

Imagem
Messianismo consiste num movimento religioso ou sistema ideológico que prega a salvação da humanidade ou a crença em um libertador ou reformador, dando-lhe uma grande devoção. Porém, para muitos, a devoção pode ser considerada exagerada passando a ser chamada de fanatismo. O messias seria uma pessoa dotada de poderes que trará paz e prosperidade na terra, inaugurando uma nova era. No Brasil da primeira República a religiosidade do sertanejo e seu sentimento de revolta contra a miséria, a opressão e as instituições do coronelismo deram origem a três movimentos messiânicos que terminaram em grande conflito: Revolta dos Muckers, Revolta de Canudos e Revolta do Contestado. No Estado do Amazonas, há escassas notícias de três fatos messiânicos acontecidos entre os séculos XIX e início do século XX. Eis eles: • Durante o período imperial, no ano de 1857, surgem na região do Alto Rio Negro, precisamente no Rio Içana, na Província do Amazonas, 4 indivíduos que se diziam ser enviados de Deus

CONTOS SOBRENATURAIS DO AMAZONAS ANTIGO - O TELÉGRAFO MISTERIOSO

Imagem
Corria o ano de 1929 e havia em Manaus uma estação de telégrafo localizada na ponta do Ismael, onde ali os telegrafistas de plantão recebiam e passavam as mensagens necessárias de seu aparelho. Porém começou a acontecer naquela estação um fato curioso e sem explicação. Durante dias os telegrafistas notaram que chegava ao aparelho de telégrafo, geralmente à noite, a seguinte mensagem: "Acudam-ementou no escuro. Acendam uma vela. A. P. Vianna". Mas os trabalhadores não deram a mínima para aquele pedido pois tinham certeza que aquilo não passava de alguma brincadeira de colegas seus que estavam de serviço na outra estação de telégrafo da cidade, que ficava localizada na zona central de Manaus, e que na época ficava distante da ponta do Ismael. Porém no dia 7 de março de 1929, estava na estação de serviço o telegrafista César Santos que logo percebeu, às 11 da noite, a chegada de uma mensagem e que se tratava do mesmo pedido de socorro assinado pelo mesmo personagem misteri

LENDAS DA AMAZÔNIA - O APARECIMENTO DO JURUPARÍ

Imagem
Em algum ano do século XIX, no Amazonas, no meio de profunda tranquilidade e solidão, havia na margem do rio Aduacá uma humilde casa onde morava uma cabocla viúva com suas três filhas moças que ali viviam da caça, pesca, coleta e do cultivo de sua roça. Um pouco próximo da casa da viúva vivia um compadre seu, um tapuia que ali também residia há muito tempo. Numa determinada noite o compadre vizinho veio visitar a viúva dizendo-lhe que ao amanhecer do dia iria recolher piquiás num local que ficava situado nas cabeceiras do rio. Ao saber disso a viúva disse o seguinte:- "Compadre, sei que amanhã vai juntar piquiás e por isso peço que leve minhas filhas em sua companhia para também juntar e trazer as frutas para mim". Na imagem, se tem a ilustração de uma das várias faces do Jurupari Eis então que o homem respondeu: -"Sim, então aos primeiros albores do amanhecer virei chamá-las aqui". Eram mais ou menos 7 horas da noite quando houve esta conversa. Sendo assim,