EM 1912, NO ACRE, ESTOURAVA UMA REBELIÃO AUTONOMISTA NA CIDADE DE SENA MADUREIRA - TROPAS VINDAS DE MANAUS COMBATEM OS REBELDES, DERROTANDO-OS
A revolta autonomista de Sena Madureira, no Acre, foi uma rebelião armada cujos revoltosos lutavam pela autonomia do Acre, buscando libertar o território do controle do governo federal, acusado por eles de tratar a região com descaso.
O movimento foi liderado pelo
coronel e seringalista Childerico José Fernandes (natural do Rio Grande do
Norte), que visava proclamar o Departamento do Alto Purus (uma área
administrativa do território acreano) como um estado independente, com Sena
Madureira como capital, cuja cidade era um importante centro da extração de borracha,
mas que enfrentava problemas de administração e autonomia política do governo
federal.
Seringueiros e seus patrões,
civis da cidade e alguns soldados da Companhia Regional aderiram ao movimento e
sitiaram a cidade de Sena Madureira por terra e rio, depuseram as autoridades
nomeadas pelo governo federal e estabeleceram um "governo
revolucionário" por uma junta governativa, que proclamou o Departamento do
Alto Purus como um estado autônomo, buscando-os maior controle sobre seus
recursos e governo.
O então prefeito de Sena
Madureira, Dr. Tristão Araripe, era odiado pela população local devido a vários
desatinos que ele praticou durante 2 meses de seu mandato, o que fez com que
muitas pessoas abandonassem a cidade e fossem para o interior, acabando por
serem inseridos nos batalhões de seringueiros revoltosos, estacionados em
vários seringais das imediações, que eram organizados e formados pelos patrões
que também estavam insatisfeitos com a administração do prefeito e demais
autoridades mandadas pelo governo federal.
Além do mais, Tristão se aliou
aos interesses dos seringalistas do rio Caeté e hostilizou os seringalistas do
rio Iaco (o que gerou mais ódio dos comerciantes daquela área).
Começaram então a chegar, de
batelões e canoas, tropas de seringueiros armados que passaram a se concentrar
na boca do rio Macauã onde ficaram acampados esperando o dia marcado para o ataque.
Eles vinham dos seringais Oriente, Santa Clara, Porangaba, entre outros da
região do Iaco, comandados pelos seus respectivos patrões coronéis.
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Na imagem, temos um treinamento do 19⁰ Grupo de Artilharia em
Manaus, em 1912 (foto da revista "O Malho"). |
SENA MADUREIRA CAI EM PODER
DOS AUTONOMISTAS
O ataque à Sena Madureira deu-se
na noite do dia 4 de maio de 1912 quando os revoltosos completaram o cerco com
120 homens, onde tomaram o telégrafo, residência de desembargadores e demais
locais públicos. Os soldados da Companhia Regional, sob comando do capitão João
Freitas, começaram a rechaçá-los, gerando grande tiroteio.
Além de Childerico Fernandes,
eram também líderes do movimento rebelde os comerciantes Barbosa Lima, José Matos,
Areal Souto, Arnaldo Machado e Vitoriano Freire.
Enfim na madrugada do dia 7 de
maio a prefeitura foi tomada e pela manhã foi travado o último combate dos autonomistas,
vencendo eles o último foco de resistência dos militares do governo legal (que
se renderam devido à falta de munição) e tomando definitivamente Sena Madureira
após três dias de batalha, terminando os rebeldes por fazer tremular sua
bandeira no quartel da Companhia Regional, apossando-se os vencedores de todo
armamento dos soldados, e aprisionando a tropa federal.
O prefeito Araripe, sem saída e derrotado,
fugiu mata adentro acabando por se refugiar no seringal Arapixí, que pertencia
a um aliado dele.
Já de posse e controle da cidade,
o comitê revolucionário distribuiu à população em geral um boletim sobre sua
causa onde afirmava que havia "triunfado em toda a linha a causa dos
oprimidos" e que a "cidade está em paz, podendo todos voltarem aos
seus labores”. O texto terminava com os dizeres de "Viva a liberdade do
Alto Purus".
No dia seguinte o povo era convocado,
em outro boletim, a estarem presentes na prefeitura para ser empossada a junta revolucionária,
com Childerico Fernandes como um dos principais membros, que passaria a
governar o Departamento do Alto Purus.
Como se disse o prefeito deposto,
Tristão Araripe, se refugiou escondido no seringal Arapixí que ficava no estado
do Amazonas, cerca de 12 horas de viagem, de barco, de Sena Madureira. O local
pertencia ao coronel Augusto Alves Bacurau. Além do prefeito, se achavam ali
também refugiados o juiz de Direito, o administrador de rendas e alguns
funcionários federais e da prefeitura de Sena Madureira.
Dali do seringal, Tristão mandou
uma carta, em 8 de maio, ao general de brigada Henrique Augusto Eduardo Martins,
inspetor da primeira região militar do exército, em Manaus, onde relatava os
distúrbios acontecidos em Sena Madureira e sua deposição do cargo de prefeito,
pedindo providências do dito general e do presidente do Republicano dia
seguinte, 9 de maio, Tristão mandava um telegrama ao presidente, no Rio de Janeiro,
e ao ministro da Guerra, falando da situação.
Enquanto isso, os autonomistas se
apossaram de dois navios a vapor, o “Sobralense" e o "Canutama”, com
cem rebeldes a bordo onde se abasteceram de mantimentos para levar a seus
companheiros tomando víveres do navio "Paes de Carvalho”, que por ali
navegava e cuja sua tripulação foi intimada a entregar o que os insurgentes queriam,
e chegaram na Vila de Boca do Acre (no Amazonas), onde obterão armamentos,
munições e demais materiais. Também prenderam outras autoridades federais e
navegavam pelos rios da sua área atrás do prefeito Araripe e vigiando aquela
área conflagrada de uma possível presença de tropas do governo.
GENERAL TOMA CONHECIMENTO DA
REVOLTA E ORGANIZA EM MANAUS UM BATALHÃO DO EXÉRCITO PARA EXPULSAR OS
REVOLTOSOS
Em Manaus o general Henrique Martins
(que era carioca) tomou conhecimento da rebelião no Acre e logo entrou em
contato com o governo federal, no Rio de Janeiro, pedindo uma reação armada
imediata aos rebeldes autonomistas do Acre.
Na capital do Brasil o presidente
Hermes da Fonseca conversou longamente com o general Vespasiano de Albuquerque,
que era o ministro da guerra, sobre o conflito no Alto Purus onde ficou
decidido que o dito ministro mandasse, com urgência, normalizar a região conflagrada,
enviando os militares que dispunha a primeira região militar.
Foi então chamado ao palácio
presidencial o general Marques Porto (chefe do departamento de guerra), que
recebeu as instruções para fazer cumprir a determinação do presidente, logo
mandando ele as ordens para que o Batalhão seguisse da capital do Amazonas.
O general Henrique Martins
recebeu a ordem e foi atendido, sendo o próprio encarregado de organizar e
mobilizar a coluna expedicionária de soldados do Exército em Manaus, trabalho
esse que o oficial fez em 3 dias.
Organizado e selecionado os
soldados que iriam combater os rebeldes no Acre, foi definido que as tropas
sairiam de Manaus no dia 16 de maio de 1912, a bordo do navio a vapor
"Montenegro".
E assim aconteceu, conforme feito
todos os trâmites e ajustes para a empreitada militar.
O EMBARQUE DOS SOLDADOS
Às 4 horas da tarde do dia 16
saía do quartel do exército, localizado na Praça General Osório, os contingentes
militares formados por 247 soldados do 46⁰ Batalhão de Caçadores (levando duas metralhadoras)
e por 49 soldados da terceira bateria do 19⁰ Grupo de Artilharia (levando dois
canhões).
Os soldados, em marcha pelas ruas
de Manaus com seus fuzis ao ombro, seguiam rumo ao porto, passando pelas ruas Itamaracá,
Henrique Antony, Praça da República, Municipal e Avenida Eduardo Ribeiro. O
Batalhão era comandando pelo capitão Luiz Narcizo de Barros Cavalcante.
Durante a marcha e trajeto
percorrido nas ruas da cidade pelo Batalhão expedicionário, uma multidão se
formou no entorno das ruas acompanhando os soldados amazonenses que iam
guerrear no Acre. À frente do contingente ia o sargento Laurindo Ferreira,
empunhando a bandeira do 46⁰ Batalhão de Caçadores, fazendo com que o povo
ficasse em posição de respeito no momento de sua passagem. Entre a multidão
também se via muitas mulheres, sendo que algumas choravam pois eram mães, esposas,
namoradas e irmãs dos soldados e temiam que eles não voltassem com vida de sua
perigosa jornada.
Todos os militares, desde
oficiais a soldados, mostravam entusiasmo e determinação para cumprir sua
missão.
Enfim o Batalhão estacionou na
Praça do Comércio, já perto do porto, onde o capitão Luiz Narcizo fez o corpo
militar ficar em linha por toda a praça. Dali o contingente partiu em formação
para o porto, para embarcar no vapor Montenegro. O embarque foi demorado, mas
feito de forma organizada.
Além do oficial citado, seguiram
também outros, cada qual com uma função específica e que foram os seguintes:
capitão José Augusto Soares; 2⁰ tenente Manoel Carlos Vital; capitão João Jaime
Pessoa; 1⁰ tenente Salustiano Amorim.
Durante o embarque, discursou
para os soldados, autoridades e povo em geral, o advogado Odorico Oliveira,
sendo muito aplaudido por todos devido suas palavras contendo trechos de
heroísmo e de incentivo aos combatentes.
Porém ocorreu um pequeno
incidente quando a companhia embarcava: o soldado Walfrido dos Santos, ao
saltar do porto flutuante para bordo, foi levemente ferido no olho pela arma
que conduzia o seu companheiro da frente.
Ao chegar a bordo, o comandante
Luiz Narcizo foi cumprimentado pelo coronel Serafim de Carvalho, ajudante
militar do governador, e por um representante do Jornal do Commercio (o
principal noticiário do estado).
Várias autoridades civis e
militares estavam no embarque, inclusive uma comissão de oficiais da polícia
militar do Amazonas que foram lhes desejar boa sorte.
Para os serviços médicos da
expedição punitiva do governo federal, foram escalados o 1⁰ tenente/De Ezequiel
Antunes e o farmacêutico Francisco Andrade Pimentel.
Também partiram acompanhando o
vapor Montenegro, as canhoneiras "Juruá" e "Missões" da
flotilha do Amazonas. A Juruá era comandada pelo capitão/tenente José Lucena
Bittencourt e a Missões tinha no comando o também capitão/tenente Raul Elísio
Daltro.
Os soldados foram logo dirigidos
para seu alojamento no navio pelo 1⁰tenente Ezequiel Medeiros, enquanto os
armamentos foram recebidos a bordo pelo 2⁰ tenente Joaquim Ferreira de Aguiar.
Também seguiram a bordo do
Montenegro algumas autoridades do Acre e um representante da imprensa local.
Assim o Montenegro e as duas
canhoneiras deixavam o porto de Manaus rumo à zona conflagrada em terras acreanas,
numa viagem que durou dias navegando pelo rio Solimões e depois entrando pelo
rio Purus.
Enquanto isso, em Sena Madureira
dias antes os insurgentes fizeram uma reunião, em 12 de maio, onde já esperavam
uma reação do governo e procuraram se defender e retardar batalhões que
porventura estivessem vindo determinados a combatê-los. Na reunião um dos líderes,
Vitoriano Freire, determinou ao comandante da força revolucionária que
construísse trincheiras de Sena Madureira até a boca do rio Iaco e também na
boca do rio Caeté, para assim resistirem ao ataque das forças do governo. E que
também se colocasse no Purus uma sentinela avançada e outro sentinela no
igarapé do ouro, assim como procurar ter um lugar apropriado para guardar os
armamentos tomados da Companhia Regional.
TROPAS FEDERAIS CHEGAM À ZONA
DE CONFLITO
Finalmente o Montenegro e a
canhoneira Missões chegavam no seringal Arapixí, onde estavam os refugiados. Já
a canhoneira Juruá ficou para trás, parada estrategicamente em Boca do Acre e
visando apoiar uma eventual retirada.
O comandante da força expedicionária,
Luiz Narcizo Barros, era um militar experiente e gabaritado inclusive ele já
havia comandado, nos sertões da Paraíba, colunas de soldados na caça ao
cangaceiro Antônio Silvino.
As autoridades militares ouviam
dizer que haviam cerca de 700 homens fortemente armados em Sena Madureira,
dispostos a lutar por sua causa.
Já preparados, a força
expedicionária partiu do Arapixí na manhã do dia 6 de junho nas lanchas
Cotinha, Yaquirana, Curumim, Jurema e Alice, com as duas últimas conduzindo
também 34 civis voluntários, definindo então um total de 330 combatentes. E na
retaguarda vinha a canhoneira Missões. Sob as ordens do tenente Amorim Lima,
foi incorporado ao Batalhão algumas praças da Companhia Regional do Purus que
fugiram de Sena Madureira quando a cidade foi tomada pelos autonomistas.
Na lancha Cotinha vinha a
terceira bateria do 19⁰ Grupo de Artilharia. Já na Yaquirana vinha também o
prefeito deposto Tristão Araripe.
A CHEGADA DO EXÉRCITO A SENA
MADUREIRA E O INÍCIO DOS COMBATES
Passando pela boca do Caeté, os soldados,
nas respectivas lanchas, penetraram no rio Iaco na manhã do dia 8 de junho e já
avistavam Sena Madureira. Foi quando ao passarem próximo ao igarapé Cafezal, as
forças do exército foram atacadas por intensos tiros de fuzis e metralhadoras
vindas dos rebeldes posicionados em suas trincheiras. Começava então, às 9
horas do dia, a troca de tiros e combate feroz.
Os revoltosos haviam se entrincheirados
fortemente e estavam dispostos a reagir sem medo, pois contavam com a
superioridade numérica (calculados em 400 homens) sobre as tropas do governo,
além de conhecerem o terreno e terem sido instruídos nas táticas de guerra por
oficiais e soldados desertores, da Companhia Regional, que se juntaram aos
rebeldes.
Mas o Batalhão federal contava
com a superioridade bélica, com 300 baionetas e uma bateria de artilharia, além
dos canhões da canhoneira "Missões".
Frente ao ataque que sofria, o
capitão Narcizo colocou sua tropa em força definitiva de combate, respondendo e
atacando com fúria as trincheiras dos revoltosos que resistiam bravamente.
Naquela ocasião o piloto da lancha Cotinha, Lauriano da Cunha, era ferido a
bala no braço direito.
O Batalhão então desembarcou
pelas duas margens do rio Iaco. O 1⁰ sargento Manoel Borges dirigiu o ataque
pelo lado direito do rio, enquanto o 2⁰ tenente Cândido Sobrinho desembarcou
duas companhias na margem esquerda do rio, recebendo eles intenso tiroteio
vindo de inúmeras trincheiras cuja uma das balas acertou o tenente no rosto,
mas mesmo ferido ele continuou na sua função de comando, tomando eles uma
trincheira após outra (sendo que duas eram consideradas impenetráveis) e
alcançando Sena Madureira. Nessa missão morreram dois soldados chamados
Eufrozino Alves e Antônio Miguel Silva.
A canhoneira Missões, do rio,
bombardeava os pontos fortificados dos rebeldes que, diante de tão fulminante ataque,
tiveram de abandonar a cidade. Um dos tiros da canhoneira destruiu a torre da
igreja.
Já o 2⁰ tenente Salustiano Amorim,
comandante da terceira bateria do 19⁰ Grupo de Artilharia, dirigindo a
artilharia fez grande número de disparos contra as trincheiras do exército autonomista,
causando grandes danos a eles.
Também o 2⁰ sargento Francisco
José Ferreira ficou encarregado de um canhão, cujos tiros destruíram várias
trincheiras dos revoltosos que a abandonaram.
A artilharia, que dispunha de mil
tiros sob comando do tenente Amorim Lima, arrasou a maior parte das trincheiras
à tiros de metralhadoras e canhões.
EXÉRCITO DERROTA OS REBELDES,
QUE TOCAM FOGO EM VARIOS PRÉDIOS DA CIDADE ANTES DE A ABANDONAR
Com a debandada dos últimos
defensores de Sena Madureira, as tropas federais tomaram conta da situação. Às
3 e meia da tarde o cabo Salustiano Pereira saltava de uma canoa a bordo da
lancha Yaquirana e entregava para o comandante Luiz Narcizo o ofício afirmando
que tinham acabado de derrotar os insurgentes e tomar Sena Madureira.
Mas antes de abandonarem a cidade,
os revoltosos incendiaram vários edifícios públicos, inclusive a prefeitura que
ficou reduzida a cinzas, e saquearam várias casas comerciais conduzindo os
produtos para a mata, onde sumiram. Depois se afirmou que a ordem para
incendiar a cidade partiu do Dr. Vitoriano Freire, que era um dos membros da
junta revolucionária e acabou se esvaindo. Foi a última liderança rebelde a
deixar a cidade.
Já o principal chefe autonomista,
coronel Childerico Fernandes, havia abandonado a cidade 8 dias antes do ataque,
dizendo que ia buscar mais pessoal de seu seringal para reforçar a defesa dos
rebeldes contra o exército federal, mas não voltou.
Com os rebeldes já fora de
combate e derrotados, a força legalista tomou Sena Madureira às 4 da tarde do
dia 8 de junho. Foram 6 horas de intenso combate, encontrando eles a cidade
abandonada.
Os soldados, assim que tomaram a cidade,
a percorreram toda, encontrando eles vários mortos e alguns feridos, que logo
foram aprisionados.
Estando o exército no controle da
situação, foi ouvido o toque da alvorada com a tropa em formação, e logo a
banda do 46⁰ Batalhão tocou o hino nacional com a bandeira brasileira sendo
hasteada entre os escombros das trincheiras, com muitos "vivas “sendo
entoados pelos soldados devido a vitória que conquistaram.
0 1⁰ tenente médico Pedro Aguiar
e o farmacêutico Francisco Andrade trataram dos feridos, e por pouco eles não
perderam a vida quando foram recebidos a tiros, no início do ataque, ao estarem
na lancha que conduzia a artilharia.
Ficaram prisioneiros o comandante
do exército rebelde e 40 e tantos dos combatentes autonomistas que se
entregaram assim que o Batalhão adentrou em Sena Madureira.
APÓS 6 HORAS DE COMBATE, O
NÚMERO FINAL DAS PERDAS HUMANAS
O saldo final foi que o Batalhão
do exército teve 3 soldados mortos e 10 feridos. Já os rebeldes tiveram 10
mortos e aproximadamente 19 feridos, tendo um número desconhecido de outros
feridos devido terem sido conduzidos por seus companheiros durante a fuga (provavelmente
alguns mais tenham morrido tendo seus corpos levados).
O comandante Luiz Narcizo,
telegrafou ao general Henrique Martins nos dias 10 e 12 de junho, que estava em
Manaus, comunicando da derrota que infringiram aos rebeldes e o
restabelecimento da legalidade no Departamento do Alto Purus, que por um mês
ficou subjugado às leis dos insurgentes.
Sendo assim foi reposto no seu
cargo o prefeito Tristão Araripe, logo mandando ele um telégrafo ao mesmo
Henrique Martins, que se encontrava em seu quartel-general na Praça da República,
em Manaus, mencionado a vitória da ordem federal, e a situação em que se
encontrava Sena Madureira e o agradecimento à determinação do general em
organizar a expedição dos soldados amazonenses, pertencentes ao 46⁰ Batalhão e
19⁰ Grupo de Artilharia.
Todavia pouco depois, em 13 de julho,
o próprio general Henrique Martins falecia em Manaus de causas naturais, sendo
seu corpo embalsamado e levado para o Rio de Janeiro.
A notícia da morte do conceituado
oficial chegou a conhecimento do expedicionários amazonenses que no momento
estavam guarnecendo Sena Madureira, fazendo eles ali várias homenagens póstumas
ao seu agora ex-comandante.
Hoje existe no centro de Manaus
uma importante rua com o nome do falecido militar.
Se teve a informação de que o Dr.
Vitoriano Freire e mais dois indivíduos do movimento revoltoso, tinham fugido
para Manaus. Sabedores disso, as autoridades do Alto Purus pediam ao chefe de
polícia do Amazonas que os encontrassem e os prendessem.
CONCLUSÃO
Acabava assim, a rebelião
autonomista de Sena Madureira, ou do Alto Purus (como também ficou conhecida).
Fontes: Jornal do Commercio, O Alto Purus, O Paiz, livro "O Brazil Acreano", de Antônio Loureiro.
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