CONTOS SOBRENATURAIS DO AMAZONAS ANTIGO - O TELÉGRAFO MISTERIOSO
Corria o ano de 1929 e havia em Manaus uma estação de
telégrafo localizada na ponta do Ismael, onde ali os telegrafistas de plantão
recebiam e passavam as mensagens necessárias de seu aparelho.
Porém começou a acontecer naquela estação um fato curioso e
sem explicação. Durante dias os telegrafistas notaram que chegava ao aparelho
de telégrafo, geralmente à noite, a seguinte mensagem: "Acudam-ementou no escuro.
Acendam uma vela. A. P. Vianna".
Mas os trabalhadores não deram a mínima para aquele pedido
pois tinham certeza que aquilo não passava de alguma brincadeira de colegas
seus que estavam de serviço na outra estação de telégrafo da cidade, que ficava
localizada na zona central de Manaus, e que na época ficava distante da ponta
do Ismael.
Porém no dia 7 de março de 1929, estava na estação de
serviço o telegrafista César Santos que logo percebeu, às 11 da noite, a
chegada de uma mensagem e que se tratava do mesmo pedido de socorro assinado
pelo mesmo personagem misterioso. Aborrecido, César logo respondeu, pedindo
para que deixassem de gracejos pois aquilo já estava incomodando há dias e que
ele não admitia brincadeiras em seu local de trabalho.
Não demorou muito e veio a mensagem de volta que dizia o
seguinte: "Não estou brincando. Rezem por mim. A. P. Vianna".
O telegrafista César, então, começou a ficar intrigado com aquilo,
pois lembrou-se que "A. P. Vianna" era o nome de seu antigo colega de
profissão que ali havia trabalhado e que tinha falecido na cidade de Boa Vista
do Rio Branco há 7 meses.
César então comunicou o que se passava aos seus colegas de quarto,
chamados Nélson Pessoa e Lino Lima, os quais, supersticiosos e acreditando ser
algo sobrenatural, resolveram rezar ali em voz alta pela alma do falecido.
Terminada a prece, não demorou para que o aparelho, sem que
ninguém tocasse nele, registrasse o seguinte: "Muito obrigado pela oração.
Mandem rezar uma missa por minha alma".
Foi justamente aí que assustou ainda mais os três
telegrafistas pois, até então, ainda achavam que tudo aquilo não passava de
gozação de algum empregado da outra estação. Mas eles acabaram concluindo que
não podia ser pois as palavras “muito obrigadas pela oração" vieram logo
após a prece, que só foi ouvida por eles que se encontravam próximos ao
aparelho.
E depois, ao perguntarem dos seus colegas da outra estação,
todos eles negaram que tivessem feito tal brincadeira.
Sendo assim os telegrafistas e demais amigos de profissão
mandaram celebrar, num sábado, uma missa na catedral de Manaus em sufrágio da
alma do telegrafista Vianna.
A partir da celebração da missa, cessaram definitivamente as
misteriosas mensagens naquela estação.
Lenda ou realidade? acredite se quiser.
...
Fonte: Jornal do Commercio.
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